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Colares está localizada nos montes da Serra de Sintra a apenas 30km de Lisboa. A região está dividida em 2 sub-áreas (Chão de Areia e Chão Rijo). O tipo de solo onde as vinhas estão plantadas divide o carácter dos seus vinhos.
O vinho de Colares é talvez o vinho mais peculiar de Portugal. O vinho de Colares é resultado da influência do Oceano Atlântico e da Serra de Sintra, que juntos criam um microclima único que está presente em cada um dos vinhos de Colares. A influência Atlântica traz a humidade constante, o vento salino que quando sopra forte é apelidado de Nortada e a maresia que se sente quando se prova o vinho. Em pequenas distâncias, as variações climáticas podem ser profundas.
A Serra de Sintra cria uma barreira à influência do Oceano Atlântico, que garante um clima sempre ameno, seja nas manhãs de inverno ou nos dias mais quentes de verão. Esta série de fatores, em conjunto com as gentes de Colares criaram aquela que é talvez a região mais peculiar do mundo nesta matéria. E o vinho de Colares é a prova disso. Antes de revelar os segredos deste vinho, vale a pena viajar na história…
Diz-se que é a região mais peculiar do mundo. Com as vinhas mais originais, a produção mais dura e o gosto mais estranho. Os solos arenosos foram responsáveis pela resistência à filoxera e são o marco de Colares. Menos de 20ha de vinha muito próxima (0,5 – 3km) do mar.
A forma de cultivo da vinha na região do vinho de Colares é também muito singular. Para se poder plantar a videira, tem de se escavar até encontrar o barro, ou chão rijo como lá o chamam, que está por baixo da areia. Só isto é muitas vezes um feito heroico, pois há zonas em que a areia pode ter uma profundidade até 7 metros. Nesta região, o que se planta é a vitis vinífera, pois não precisa de enxertia para combater a filoxera.
Após plantação, requer uma espera entre quatro e sete anos até que a videira ganhe forças para subir até à superfície da areia e aí comece a produzir as preciosas uvas de Colares. É curioso ver quando os troncos das videiras à superfície estendem os seus lançamentos pela areia fora,
assemelhando-se a um emaranhado de cobras estendidas ao sol. Os cachos quando ganham peso, encostam-se ao chão e recebem a energia térmica da areia aquecida pelo sol que lhes fornece calor, ajudando ao seu amadurecimento.
Na altura em que os bagos das uvas de Colares ficam com as peles mais frágeis, é momento de levantar os pontões, que são pequenos pedaços de canas que se colocam a amparar os troncos das videiras de forma que os cachos saiam do chão e fiquem pendurados a arejar e a secar a água das manhãs húmidas de verão.
E além de tudo isto, o viticultor ainda tem de construir barreiras de vento, que normalmente são feitas a partir dos canaviais que ali existem.
A casta rainha é o Ramisco e foi esta que marcou tanto o vinho como a própria região de Colares. É uma casta difícil na vinha, muito vegetativa e com a pele das uvas delicada. É também difícil na adega, com acidez vincada e grande concentração de taninos. Os vinhos de Colares são a expressão vincada, não só do Terroir da região, mas também do carácter desta casta, a Ramisco, que embora geneticamente esteja ligada à casta Pinot Noir, a Ramisco de Colares é inimitável, na medida em que transmite aos vinhos um lado austero, sendo ao mesmo tempo de extrema elegância.
O vinho de Colares, que é a expressão da casta Ramisco plantada naqueles terrenos arenosos em cima do Oceano Atlântico, é de corpo médio e de estrutura firme e bem vincada pelos seus taninos, que dão aos vinhos de Colares da casta Ramisco uma longevidade ímpar, perdurando muito além dos 50 anos em garrafa.
A casta Malvasia de Colares é, como o próprio nome indica, uma Malvasia exclusiva da região de Colares. Mesmo na região de Colares, os vinhos brancos nunca tiveram a atenção que a casta Ramisco tem. Mas hoje, que os vinhos brancos já são mais valorizados, estes da região de Colares e da casta Malvasia de Colares são de uma salinidade e conseguem uma expressão do terroir de Colares que os tornaram incontornáveis.
A casta Malvasia de Colares é muito elegante e tem a pele relativamente forte, que permite aguentar bem os nevoeiros matinais na altura final da maturação. O carácter da Malvasia de Colares exprime na perfeição a própria região, tornando-a o par perfeito para o vinho de Colares.
Existem outras castas na região, como a Molar, que ali foi plantada no intuito de amaciar a casta Ramisco, trazendo para o lote – onde não pode ser mais de 15% – alguma graduação alcoólica mais elevada e uma sensação de menor adstringência.
Em relação às castas brancas também presentes na região salienta-se a Galego Dourado, que também aparece nas vinhas de Colares e que, à semelhança da casta Molar, serve também para trazer alguma graduação alcoólica à Malvasia de Colares e ajuda igualmente a equilibrar alguma acidez mais vincada que em anos mais frescos a Malvasia de Colares possa ter.
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